4.02.2006
QUEBRANDO OS FORTES
Manoel Soares, estudante de Jornalismo, repórter da RBS TV e conselheiro da Central Única das Favelas (Cufa)
Sabe aqueles quinze minutos antes de dormir, sabe aquele sentimento de imponência que assola o coração, sabe aquele sentimento que somos fracos e solitários, então fique atento este sentimento e algo ilusório e produzido.
Não sou nenhum defensor dessas teorias de conspiração, mas a verdade ta aí para quem quiser ver. Pensem comigo, no período imperial, o senhor de engenho tinha medo do tambor negro, e proibiu os negros de realizarem seus ritos afros, ensinaram que bonita era a cultura européia, disseram que a cultura negra era do demônio.
Esta marginalização definiu novas normas para organização social. A verdade é que o senhor de engenho era um fraco perante aquela massa negra que tinha uma cultura de impacto e que se unisse e partisse para a revolução como fez Zumbi, a casa grande iria a baixo, e foi por medo da força negra que ele enfraqueceu aquele povo com leis e normas que excluíam os fortes e os transformavam em fracos.
Este processo de enfraquecer a massa forte por medo de sua mobilização rola até hoje, ensinar a sociedade que a beleza é rica, que a paquita é loira, que a periferia é violenta, que o rap é coisa de bandido. Muitas leis escritas e não escritas, servem para enfraquecer a mobilização e auto estima, tanto que muitas vezes nós consideramos fracos e eles os poderosos, nossa concepção de força e poder foi invertida.
Entendo que o caminho para a boa convivência é que não exista “nós e eles”, que todos sejamos um, mas não dá para falar em igualdade sendo fruto da desigualdade, é como querer arrumar a casa com o chão todo sujo, o que é uma hipocrisia.
Apesar de pegar pesado na questão racial esta inversão de forças se aplica a qualquer tipo de dominação e manipulação, muitos pensam que a escravidão foi abolida, talvez só tenha sido emancipada, uma ética invertida é ensinada aos nossos filhos, ele é ensinado que não é sujeito e sim objeto, e nós assistimos à novela como se não fosse conosco, é importante entender e acreditar que somos poderosos, não deixe quem tem mais entrar na sua mente e te manipular.
Manoel Soares, estudante de Jornalismo, repórter da RBS TV e conselheiro da Central Única das Favelas (Cufa)
Sabe aqueles quinze minutos antes de dormir, sabe aquele sentimento de imponência que assola o coração, sabe aquele sentimento que somos fracos e solitários, então fique atento este sentimento e algo ilusório e produzido.
Não sou nenhum defensor dessas teorias de conspiração, mas a verdade ta aí para quem quiser ver. Pensem comigo, no período imperial, o senhor de engenho tinha medo do tambor negro, e proibiu os negros de realizarem seus ritos afros, ensinaram que bonita era a cultura européia, disseram que a cultura negra era do demônio.
Esta marginalização definiu novas normas para organização social. A verdade é que o senhor de engenho era um fraco perante aquela massa negra que tinha uma cultura de impacto e que se unisse e partisse para a revolução como fez Zumbi, a casa grande iria a baixo, e foi por medo da força negra que ele enfraqueceu aquele povo com leis e normas que excluíam os fortes e os transformavam em fracos.
Este processo de enfraquecer a massa forte por medo de sua mobilização rola até hoje, ensinar a sociedade que a beleza é rica, que a paquita é loira, que a periferia é violenta, que o rap é coisa de bandido. Muitas leis escritas e não escritas, servem para enfraquecer a mobilização e auto estima, tanto que muitas vezes nós consideramos fracos e eles os poderosos, nossa concepção de força e poder foi invertida.
Entendo que o caminho para a boa convivência é que não exista “nós e eles”, que todos sejamos um, mas não dá para falar em igualdade sendo fruto da desigualdade, é como querer arrumar a casa com o chão todo sujo, o que é uma hipocrisia.
Apesar de pegar pesado na questão racial esta inversão de forças se aplica a qualquer tipo de dominação e manipulação, muitos pensam que a escravidão foi abolida, talvez só tenha sido emancipada, uma ética invertida é ensinada aos nossos filhos, ele é ensinado que não é sujeito e sim objeto, e nós assistimos à novela como se não fosse conosco, é importante entender e acreditar que somos poderosos, não deixe quem tem mais entrar na sua mente e te manipular.